Como é ser uma pessoa de poucos amigos






Ao meu ver, esse assunto é bastante polêmico. Venho enfrentando dilemas sobre isso durante uns bons anos. Já passei por muitas fases de amizade, mas sempre caio na conclusão de que sou uma pessoa de poucos amigos e que ser assim não é muito fácil.

As pessoas precisam entender que existem muitos tipos de amigos. Ninguém se limita a ser apenas um e eu acho isso maravilhoso. O tempo passa e as pessoas vão mudando. Mudam-se suas prioridades, vontades, seus conceitos e conseqüentemente seu círculo de amigos próximos.

Por muito tempo eu acreditei que pra ser uma boa amiga, eu teria que ser descolada, acompanhar as meninas nos lugares, nas roupas, nas comidas e bebidas e no conceito que ELAS tinham sobre as pessoas. Eu não valorizava a pessoa que eu era e seguia imitando o que eu achava que era ideal pra me encaixar nos grupos de balada.

Isso vem de muito tempo. Lembro que quando eu era criança, eu não me achava bonita e boa o bastante como um pequeno grupo de meninas que tinha na minha escola. Elas não me aceitavam porque eu não estava no padrão social delas. Nas aulas de educação física, nós jogávamos queimada e eu sempre quis ser do time dessas meninas. Mas eu sempre ficava do lado "mais fraco", de crianças não tão populares e bonitinhas.

Elas sabendo disso, me chamaram no banheiro da escola e me propuseram um pacto. Eu não poderia ser do time delas, mas poderia fazer de tudo pro meu time perder. Elas me disseram que dessa forma eu estaria ajudando elas e faria parte daquele grupinho. E eu aceitei. Lembro até hoje de levar aquelas boladas doídas de propósito pra elas ganharem.

Hoje eu olho pra trás e me envergonho por ter me deixado corromper por meninas mimadas e cruéis, sendo apenas uma criança. Hoje sei exatamente quem elas são e posso assegurar que os rostinhos não são mais tão bonitos assim.

Foram muitas situações dolorosas até eu cair em mim. Passei por muitas amizades ruins, aceitei migalhas, feri a verdadeira menina que existia dentro de mim por conveniência. Claro que vejo o lado bom de tudo isso. Eu me tornei mais forte, mais segura de mim e do que eu acredito. Hoje eu procuro ter por perto, pessoas que compartilham dessa mesma fé.

Aprendi que amizades boas não são aquelas que conhecemos há poucos meses, e que essas pessoas não merecem saber dos nossos planos e do que carregamos no nosso coração. Nossa vida é uma terra sagrada. Deve habitar amigos duradouros, que te acompanharam nos piores momentos da sua vida e que mesmo assim não desistiram de fazer parte dela.

Eu não sou uma boa amiga de balada, ou aquela que você vai ver sempre. Eu sou ausente e falto a muitos compromissos importantes na vida de alguns amigos que me amam. Mas isso não faz de mim uma amiga ruim. Porque se você precisar conversar, eu vou te dar meu colo e o que mais for necessário pra estancar sua dor. Eu sou amiga de um bom papo, de desejar bem, de orar a Deus pra que você seja feliz.  E é por isso que meus amigos eu conto nos dedos de uma mão só e sou muito grata pelos poucos que tenho.

Se eu puder dar um conselho, seria esse: conserve os velhos amigos. Não tenha muitos a fim de colecionar hipócritas. Poupe seu coração de pessoas más, que não vão estar ao seu lado quando você precisar. Essas pessoas vão virar as costas na primeira adversidade e você vai sofrer com isso.

Seja inteligente. Pessoas inteligentes tendem a ser mais seletivas. Não aceitam menos, não aceitam pouco. Por esse motivo, tem um círculo menor de pessoas confiáveis e compatíveis.

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Imagem: Pinterest

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