Vida de estagiário
Eu comecei a trabalhar muito cedo. Minha mãe sempre deixou bem claro que eu deveria buscar minha independência. Ao longo do caminho, eu vi o quanto as mulheres, de uma forma geral, precisam se sentir seguras financeiramente. É horrível a sensação de depender de alguém e isso eu aprendi desde muito nova.
Quando comecei a fazer o curso de direito, procurei logo algo relacionado pra trabalhar. O curso começou em fevereiro, sendo que, em março eu estava batendo na porta do fórum pedindo emprego. Com um mês de curso e totalmente inexperiente eu comecei a estagiar voluntariamente. O primeiro dia é sempre difícil, seja em qualquer coisa.
Lembro como se fosse hoje, eu ali parada no meio da secretaria sem saber muito bem o que eu estava fazendo. Eu me recordo que o escrivão da 1ª Vara disse que eu iria ajudar uma moça no JESP CÍVEL. Fiquei me perguntando o que era aquilo. De início, achei que fosse até nome de uma pessoa. Mas se tratava do Juizado Especial Cível de pequenas causas. Essa moça teve muita paciência comigo, dividíamos o mesmo computador e mesa. Claro que não se limitou a isso, estagiário faz tudo aquilo que ninguém gosta de fazer. E por incrível que pareça, eu achava o máximo. Me sentia importante e útil. Lembro de uma vez apareceu uma conciliação de emergência.
Na ausência da minha parceira, eu era responsável. Então o juiz determinou que eu fizesse a audiência. Eu tremia e suava frio. Como mediadora, eu deveria tentar estabelecer um acordo entre as partes. Ninguém me disse como fazer, eu simplesmente fui. E graças a Deus deu tudo certo. Lembro de ficar muitas vezes após meus horário só pra ter a oportunidade de assistir audiências, júris e aprender como a secretaria funcionava. Só saí de lá porque recebi uma proposta melhor no Ministério Publico, onde eu poderia ser remunerada. Acontece que mudou o prefeito e os projetos também. Mesmo assim, sem receber salário, eu continuei.
Foi mais um ano de muitas experiências, convivendo com situações difíceis na vida das pessoas, estudando ao mesmo tempo e levando bronca. Porque tudo que da errado, vai sempre ser culpa dos estagiários. Mas foi ali que eu me encontrei. Descobri que eu gostava de lidar com o publico e de alguma forma ajudar as pessoas.
Eu amadureci muito, vi que o trabalho é algo sério e requer muita responsabilidade. Mas a parte financeira ficava cada dia mais critica. Estagiário conta até os centavos pra viver. Eu cheguei a ouvir que eu deveria aproveitar minha "beleza natural" ao invés de trabalhar. Foi aí que todas minhas forças dobraram, triplicaram. Eu quis provar pra mim e pra quem quisesse ver, que eu conseguiria o que eu quisesse com o mérito do meu trabalho.
Assim, como toda pessoa honesta. Comecei a trabalhar no escritório jurídico de uma empresa com mais doze pessoas. Esse era um emprego, com carteira assinada e tudo mais. De lá, eu trago amizades que fizeram valer todos os dias ásperos que eu vivi. Era muita pressão. Eu me sentia sufocada e os piores tipos de pessoas que conheci, também foi por lá. O direito, infelizmente tem disso. É uma profissão bonita, mas você encontra pessoas muito ruins no caminho.
Quando eu saí, foi um alívio. Mas não passou muito tempo eu já estava desesperada procurando algo pra fazer. Foram seis meses terríveis, me sentindo vazia e sem sentido. Eu continuava apaixonada pelo direito mas frustrada com tanta dificuldade em trabalhar na área. E cada vez mais sem dinheiro.
Foi então que surgiu uma oportunidade de trabalhar em um escritório de advocacia, fiquei sabendo do emprego por um colega de sala. É tudo que eu precisava e queria. É um emprego de verdade. Valeu a pena todos os anos sofridos procurando o meu lugar. Estou sempre em busca de mais, de evoluir e de me superar.
Agora, faltando poucos meses pra terminar o curso, eu fico me perguntando como vai ser. Mas estou vivendo um dia de cada vez. Aprendi que as necessidades surgem pra criar oportunidades na nossa vida. Ainda tenho muito que aprender e "estagiar".
Vi que o intelectual deve ser valorizado mais que qualquer coisa. A sua força de vontade é algo que vai te elevar ao lugar que você deseja e merece.
Quando comecei a fazer o curso de direito, procurei logo algo relacionado pra trabalhar. O curso começou em fevereiro, sendo que, em março eu estava batendo na porta do fórum pedindo emprego. Com um mês de curso e totalmente inexperiente eu comecei a estagiar voluntariamente. O primeiro dia é sempre difícil, seja em qualquer coisa.
Lembro como se fosse hoje, eu ali parada no meio da secretaria sem saber muito bem o que eu estava fazendo. Eu me recordo que o escrivão da 1ª Vara disse que eu iria ajudar uma moça no JESP CÍVEL. Fiquei me perguntando o que era aquilo. De início, achei que fosse até nome de uma pessoa. Mas se tratava do Juizado Especial Cível de pequenas causas. Essa moça teve muita paciência comigo, dividíamos o mesmo computador e mesa. Claro que não se limitou a isso, estagiário faz tudo aquilo que ninguém gosta de fazer. E por incrível que pareça, eu achava o máximo. Me sentia importante e útil. Lembro de uma vez apareceu uma conciliação de emergência.
Na ausência da minha parceira, eu era responsável. Então o juiz determinou que eu fizesse a audiência. Eu tremia e suava frio. Como mediadora, eu deveria tentar estabelecer um acordo entre as partes. Ninguém me disse como fazer, eu simplesmente fui. E graças a Deus deu tudo certo. Lembro de ficar muitas vezes após meus horário só pra ter a oportunidade de assistir audiências, júris e aprender como a secretaria funcionava. Só saí de lá porque recebi uma proposta melhor no Ministério Publico, onde eu poderia ser remunerada. Acontece que mudou o prefeito e os projetos também. Mesmo assim, sem receber salário, eu continuei.
Foi mais um ano de muitas experiências, convivendo com situações difíceis na vida das pessoas, estudando ao mesmo tempo e levando bronca. Porque tudo que da errado, vai sempre ser culpa dos estagiários. Mas foi ali que eu me encontrei. Descobri que eu gostava de lidar com o publico e de alguma forma ajudar as pessoas.
Eu amadureci muito, vi que o trabalho é algo sério e requer muita responsabilidade. Mas a parte financeira ficava cada dia mais critica. Estagiário conta até os centavos pra viver. Eu cheguei a ouvir que eu deveria aproveitar minha "beleza natural" ao invés de trabalhar. Foi aí que todas minhas forças dobraram, triplicaram. Eu quis provar pra mim e pra quem quisesse ver, que eu conseguiria o que eu quisesse com o mérito do meu trabalho.
Assim, como toda pessoa honesta. Comecei a trabalhar no escritório jurídico de uma empresa com mais doze pessoas. Esse era um emprego, com carteira assinada e tudo mais. De lá, eu trago amizades que fizeram valer todos os dias ásperos que eu vivi. Era muita pressão. Eu me sentia sufocada e os piores tipos de pessoas que conheci, também foi por lá. O direito, infelizmente tem disso. É uma profissão bonita, mas você encontra pessoas muito ruins no caminho.
Quando eu saí, foi um alívio. Mas não passou muito tempo eu já estava desesperada procurando algo pra fazer. Foram seis meses terríveis, me sentindo vazia e sem sentido. Eu continuava apaixonada pelo direito mas frustrada com tanta dificuldade em trabalhar na área. E cada vez mais sem dinheiro.
Foi então que surgiu uma oportunidade de trabalhar em um escritório de advocacia, fiquei sabendo do emprego por um colega de sala. É tudo que eu precisava e queria. É um emprego de verdade. Valeu a pena todos os anos sofridos procurando o meu lugar. Estou sempre em busca de mais, de evoluir e de me superar.
Agora, faltando poucos meses pra terminar o curso, eu fico me perguntando como vai ser. Mas estou vivendo um dia de cada vez. Aprendi que as necessidades surgem pra criar oportunidades na nossa vida. Ainda tenho muito que aprender e "estagiar".
Vi que o intelectual deve ser valorizado mais que qualquer coisa. A sua força de vontade é algo que vai te elevar ao lugar que você deseja e merece.
"Quando você sonha alto todos os passos parecem ser o primeiro."
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